quarta-feira, 28 de agosto de 2024

E o mundo sedento se agoniza...

                 É público e notório que em toda a história da humanidade jamais tivemos tempos de uma paz absoluta. Houve sim ausência de guerras, que não quer dizer que tivemos uma paz completa.

            Jesus Cristo, nosso mestre, diz que quem tiver sede, venha e beba. Em tempos de apostasia e de indiferentismo a Jesus não é de se admirar que aqueles que optam por uma vida relaxada e desprovida da graça de Deus tem imensa dificuldade em se satisfazer com o que a vida lhe oferece. “Jesus se encarnou para ensinar o ser humano a ser ser humano”, já dizia o Papa São João Paulo II, Ele que intitula O Caminho, A Verdade e A Vida, convida-nos a segui-lo, mas adverte: “Se quiser me seguir, tome a sua cruz”. É evidente que os espíritos libertinos não entendem este chamado, misturados na lama e embriagados pelos prazeres dos sentidos, jamais entenderão a liberdade daqueles que se entregam apaixonadamente nas mãos do Senhor. E é natural a perseguição que empreendem. “Não estranheis a perseguição do mundo”, disse Jesus, “o mundo vos odeia”.

            É fácil perceber que algo está errado com a humanidade neste tempo. Nunca se divertiu tanto, porém, nunca o ser humano foi tão infeliz. Em um passado não muito distante era muito raro crianças, adolescentes e jovens encontrarem em estado depressivo, os jovens sonhavam com um futuro, até crianças já imaginavam o que seriam quando crescerem. Hoje, a grade maioria, não se enxerga na imaginação o que estarão fazendo em poucos anos. Percebemos jovens sem esperança, parecendo pessoas encarquilhadas pelo peso de uma idade avançada. A esperança Cristã foi deixada de lado, enquanto isso o desespero se apodera de muitos, visto que os anseios e desejos não são preenchidos com nenhum bem existente nesta terra. Tudo o que não é Deus é passageiro e se apegarmos ao passageiro também nós seremos passageiros, se apegarmos àquilo que apodrece, também nós acabaremos apodrecendo. Alguma coisa necessita ser urgentemente pensado para reverter o quadro triste que salta aos nossos olhos.

            Buscar constantemente conhecer a sabedoria dos santos nos ajuda a optar por uma vereda diferente. Os santos foram pessoas que deram certo nesta vida, alcançaram as Bem-aventuranças ainda aqui neste lapso temporal. São João da Cruz nos ensina que é preciso saber morrer para tudo para que tenhamos a vida em tudo, praticamente parafraseou Nosso Senhor Jesus Cristo: “Quem perder a sua vida, por causa de mim, Viverá”, Santa Tereza D’Ávila, também dentro deste mesmo raciocínio afirma “Muero porque não muero, Vivo sin vivir em mi” (Morro porque não morro, vivo sem viver em mim) e São Paulo: “Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho”. Essas Bem-Aventuranças ou Felicidades que os santos viveram nesta terra foram regadas de grandes provações, grandes humilhações, deboches, e, muitas vezes dentro de suas próprias congregações. Entretanto, exalavam uma alegria incontida, basta conhecer as suas biografias para constatar a esperança, a fé, a caridade e a alegria de quem estava só começando a vida, apesar de às vezes já terem idade avançada. Mesmo com 60, 80 ou 90 anos apresentavam uma esperança de um jovem na flor da idade, combateram o bom combate e venceram as tentações e tribulações. Abandonados em Deus, não sentiram o medo da velhice nem da morte, porém de certa forma participaram da eterna juventude em Deus.