A constatação que pode causar alguma perplexidade aos cristãos mais politizados é que Jesus, depois de sua ressurreição, não retomou suas atividades de antes nem implantou nenhum reino-partidário no mundo. Como herdeiros de sua missão e como Comunidade eclesial, devemos reinventar a missão, aprendendo a ler e compreender os sinais dos tempos. Na Ascensão do Senhor, não celebramos uma despedida, mas uma nova maneira de estar presente no mundo. Jesus, a partir de então, abre-nos definitivamente o futuro e torna-se, para nós, a cada momento presente, o Próximo.
Toda a nossa prática está colocada sob a proteção deste mesmo Espírito que será derramado, em Pentecostes, sobre a comunidade eclesial, inaugurando um novo tempo, o da Igreja no Espírito, uma igreja-testemunha do Ressuscitado até "os confins da terra". O teólogo e cardeal Urs von Balthasar escreveu: "A verdade da vida cristã é como o maná do deserto: não se pode deixá-la de lado para conservá-la; hoje está fresca, amanhá estará murcha. Uma verdade que só continua a ser transmitida, sem ser repensada a fundo, perdeu a sua força vital. O vaso que a contém, por exemplo, a língua, o mundo das imagens e conceitos, enche-se de pó, enferruja-se e esmigalha-se. Aquilo que é velho só permanece jovem se, com o vigor mais juvenil, é referido àquilo que é ainda mais antigo e, no entanto, sempre atual: a Revelação de Deus, o Emmanuel, o Deus conosco".
Não podemos jamais esquecer que a plenitude do Cristo se apresenta, a cada nova manhã, como o prisma de travessias e caminhos, e que a ela devemos nos entregar sempre de uma maneira renovada, pois "o Espírito sopra onde quer, Cristo dá aquilo que quer, e o Pai exige e toma como quer" (von Balthasar). Não temos de fazer propaganda de uma religião determinada, como se fôssemos marqueteiros do Céu e mascates de graças e carismas. A igreja conduzida pelo Espírito busca a santidade, e não é um mercado de ilusões.
É vital saber que anunciamos um acontecimento divino que a ninguém deixará impune: todos terão conhecimento Dele para afirmá-Lo, recusá-Lo ou negá-Lo. A Ascensão do Senhor é o prelúdio da missão da igreja, e nela somos chamados a viver imersos no seu mistério e na vocação à santidade, pois é a santidade do Pai, refletida historicamente em Jesus, comunicada ao mundo pela ação do Espírito e recebida na Comunidade, que realiza o amor fraterno.
Pe. Paulo Botas, mts
Toda a nossa prática está colocada sob a proteção deste mesmo Espírito que será derramado, em Pentecostes, sobre a comunidade eclesial, inaugurando um novo tempo, o da Igreja no Espírito, uma igreja-testemunha do Ressuscitado até "os confins da terra". O teólogo e cardeal Urs von Balthasar escreveu: "A verdade da vida cristã é como o maná do deserto: não se pode deixá-la de lado para conservá-la; hoje está fresca, amanhá estará murcha. Uma verdade que só continua a ser transmitida, sem ser repensada a fundo, perdeu a sua força vital. O vaso que a contém, por exemplo, a língua, o mundo das imagens e conceitos, enche-se de pó, enferruja-se e esmigalha-se. Aquilo que é velho só permanece jovem se, com o vigor mais juvenil, é referido àquilo que é ainda mais antigo e, no entanto, sempre atual: a Revelação de Deus, o Emmanuel, o Deus conosco".
Não podemos jamais esquecer que a plenitude do Cristo se apresenta, a cada nova manhã, como o prisma de travessias e caminhos, e que a ela devemos nos entregar sempre de uma maneira renovada, pois "o Espírito sopra onde quer, Cristo dá aquilo que quer, e o Pai exige e toma como quer" (von Balthasar). Não temos de fazer propaganda de uma religião determinada, como se fôssemos marqueteiros do Céu e mascates de graças e carismas. A igreja conduzida pelo Espírito busca a santidade, e não é um mercado de ilusões.
É vital saber que anunciamos um acontecimento divino que a ninguém deixará impune: todos terão conhecimento Dele para afirmá-Lo, recusá-Lo ou negá-Lo. A Ascensão do Senhor é o prelúdio da missão da igreja, e nela somos chamados a viver imersos no seu mistério e na vocação à santidade, pois é a santidade do Pai, refletida historicamente em Jesus, comunicada ao mundo pela ação do Espírito e recebida na Comunidade, que realiza o amor fraterno.
Pe. Paulo Botas, mts
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